<i>Prestige</i> deverá ser investigado pelo PE
Os grupos europeus socialista, Verdes e Esquerda Unitária reuniram 214 assinaturas de eurodeputados para solicitar a criação de uma comissão no PE que investigue a catástrofe do Prestige.
Hoje a conferência de presidentes deverá decidir se aceita o pedido
O presidente do Grupo Socialista Europeu, Enrique Barón, afirmou anteontem que a comissão «é necessária» pois estão «implicados 12 países» na catástrofe, «tanto na construção do petroleiro, como na propriedade e nas inspecções».
«Há que dar resposta a muitas questões e conseguir uma política europeia que garanta a defesa do espaço marítimo comum para romper com esta situação de falta de cumprimento das responsabilidades», defendeu na conferência de imprensa que os três grupos parlamentares deram em conjunto.
As 214 assinaturas reunidas ultrapassam as 157 requeridas pelo Regulamento da Câmara Europeia. Para solicitar a criação de uma comissão temporária é necessário o pedido de uma quarta parte do hemiciclo.
Hoje, a conferência de presidentes (composta pelo presidente do Parlamento Europeu e pelos presidentes de todos os grupos parlamentares) deverá decidir se aceita ou não o pedido, para que depois possa ser votada em sessão plenária.
Estava agendado para a tarde de ontem uma audição sobre a segurança marítima europeia e a maré negra, promovida no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, pelo Grupo Unitário Europeu/ Esquerda Verde Nórdica. A participação do eurodeputado comunista Joaquim Miranda estava anunciada, bem como de António Macedo, presidente do Sindicato dos Pescadores do Norte, de João Maia, especialista em segurança marítima e do biólogo Joaquim Ribeiro, entre outros.
Ao largo
Diariamente o Prestige perde 80 toneladas de fuelóleo, segundo o presidente da comissão científica criada pelo governo espanhol para avaliar os derrames, Emílio Lora-Tamayo. Em meados de Dezembro, o petroleiro lançava 125 toneladas de fuelóleo por dia no oceano.
Esta diminuição deve-se ao trabalho do submarino francês Nautile, que tapou oito das vinte fissuras encontradas no casco do navio. Seis delas foram totalmente remendadas, uma quase por completa e a outra apenas parcialmente. De acordo com o especialista, o aumento da viscosidade também contribui para este decrescimento.
As cubas do Prestige terão ainda 53 mil toneladas de fuelóleo, depois de derramar 25 mil e de mais de seis mil se ter afundado.
O petroleiro encontra-se a 3500 metros de profundidade, no Oceano Atlântico, a 270 quilómetros ao largo da Galiza.